Há pouco mais de 100 anos atrás, os homens e mulheres que percorriam as ruas desta freguesia fazendo a sua vida, tal como nós hoje fazemos, viviam tempos difíceis.
Lá longe, a Grande Guerra arruinava a nossa economia, já de si, fraca. Por cá, a grande pandemia da gripe espanhola vitimava dezenas de milhares de pessoas. O emprego era pouco, as reservas alimentares não chegavam para todos, os Escouralenses, como os portugueses em geral, passavam por grandes dificuldades.
Só havia uma forma de o povo conseguir melhorar a sua vida, unir-se e trabalhar em conjunto. Foi precisamente o que os Escouralenses fizeram em 1918 para combater a sua própria miséria e desamparo, unindo-se para criar a Cooperativa dos Trabalhadores Rurais e Operários Escouralenses de Crédito e Consumo “A União”. Cooperativa essa que foi fundamental para criar novos empregos, mas também para produzir um vasto leque de alimentos essenciais com qualidade e a preços mais baixos como pão, fruta, legumes, queijo e alguns derivados da carne, garantindo assim o abastecimento alimentar da vila, para combater a fome, e garantindo empregos estáveis que colocavam dinheiro nas mãos dos trabalhadores e das suas famílias.
Isto nunca seria possível se não fosse pelo gigantesco espírito de comunidade e camaradagem que existia e ainda existe nesta freguesia, cujas gentes, sempre que se veem confrontadas com a dificuldade, sabem unir-se com espírito de sacrifício e ultrapassar qualquer obstáculo.
Alma e identidade, que ainda hoje preservamos.